Publicado em: 14 de novembro de 2017
Projeto prevê incentivo à cultura e resgate histórico do município
Funcionários da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (Fundart), juntamente com alguns representantes da Prefeitura e com o prefeito Délcio sato (PSD), reuniram-se na tarde da última sexta-feira, 10, para apreciar uma apresentação de revitalização do Museu Histórico de Ubatuba “Washington de Oliveira”, também conhecido como “cadeia velha”.
A demonstração aconteceu no Casarão do Porto e foi feita pelo arquiteto Samuel Kruchin, com o apoio da arquiteta Cristiane Souza Gonçalves. Ele contextualizou o surgimento do desejo de oferecer o projeto ao município e, também, a disposição de encontrar caminhos para que a execução tenha incentivo privado ou patrocínio público, através de emendas ou recursos que podem ser conquistados frente ao Estado e a União.
O presidente da Fundart, Pedro Paulo Teixeira Pinto, agradeceu a disposição do arquiteto e sua equipe em contribuir com a promoção da cultura no município.
Kruchin agradeceu o convite e iniciou explicando que a ideia surgiu a partir de sua percepção sobre os sítios arqueológicos existentes em Ubatuba, destacando, inclusive, alguns episódios sobre objetos encontrados por ele mesmo em sua propriedade, localizada na Vermelha do Sul – o que fez com que ele começasse a estudar a região, cujos registros indicam que foi povoada há cerca de seis mil anos.
“A população não sabe que existe uma serie de registros arqueológicos de importância, não só local e regional, mas de História da humanidade. Há uma sucessão de coisas ricas presentes aqui, mas não são explícitas e nem de conhecimento de todos”, lembrou.
O objetivo é resgatar essa história e oferecer aos visitantes – tanto população como turistas – não somente uma forma de registro, mas socializar o conhecimento, incorporando ao museu esse aspecto. Vale lembrar que o acervo já existente será preservando e que novas peças e ambientes serão acrescidos.
“Não temos nenhum interesse comercial pessoal, e sim, cultural geral, sem o envolvimento de custos para a Prefeitura. Ficamos felizes que o governo e a Fundart tenham se entusiasmado para levar o projeto adiante. Pretendemos desenvolvê-lo com o apoio da comunidade local”, acrescentou Kruchin.
O projeto
O projeto será dividido em duas fases: uma, relacionada ao acervo e a exposição em si, e a outra, envolvendo o prédio/ ambiente físico, que deve passar por uma restauração.
Além da reorganização de quatro ambientes no interior do espaço – que já estão idealizados, o prédio terá a entrada adaptada (porta e piso com inclinação) para pessoas com deficiência; também está prevista a confecção de um mosaico português no piso da praça em que museu está alocado – piso esse que vai retratar o litoral do município, contendo o registro de onde havia grupos e moradas de acampamento, registrados por mapas antigos datados dos séculos XVI e XVII.
O prefeito agradeceu imensamente a disposição do arquiteto em trazer o projeto e ressaltou que Ubatuba, ao longo dos anos, foi perdendo esse viés histórico, e que ele sempre nutriu uma vontade de promover esse resgate.
“Um dos meus sonhos é criar um centro histórico na cidade. Já chegamos a conversar com Renato Teixeira sobre algumas ideias que encaixaram perfeitamente com essa proposta. Agora é o momento desse ‘start’, pois o tempo à frente da administração passa rápido e, se deixarmos, não colocamos em prática aquilo que sonhamos”, comentou Sato.
Ele ainda disse que resgatar a história e a vida é uma forma de mexer com a alma, com o sentimento. “Ubatuba agradece muito e vamos correr para que isso aconteça”, garantiu o prefeito.
O próximo passo é promover uma reunião com órgãos como Associação Comercial, Associação dos Engenheiros e outros setores do Governo para expor a iniciativa e, efetivamente, tirá-la do papel, unindo forças de vários setores.
Nota: o Museu de Ubatuba possui uma variedade de artefatos provenientes da escavação de sambaquis, encontrados nos sítios arqueológicos do Tenório e da Ilha do Mar Virado, além de peças de povos ceramistas do sítio cerâmico do Itaguá, provenientes de pesquisas coordenadas pela arqueóloga Dorath Pinto Uchôa.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social / PMU