Publicado em: 20 de setembro de 2017
Com política de atenção à criança e ao adolescente em situação de vulnerabilidade social, a ONG alcançou mais de 10 mil pessoas nos últimos anos
A ONG Gaiato completa, em 2017, 25 anos de trabalho com crianças, adolescentes e suas famílias. Localizada no Ipiranguinha, bairro com um dos maiores índices de vulnerabilidade social de Ubatuba, a organização é reconhecida por atuar na valorização da arte e cultura local, geração de renda, economia solidária e no protagonismo juvenil.
Fundada em 1992, por Celeste Sebe – conhecida como D. Celeste – e voluntários, quando Ubatuba foi despertada por um grande número de crianças e adolescentes em situação de rua, a entidade passou a ser referência de histórias de oportunidades às mais de dez mil pessoas que foram atendidas nesse período.
Márcia Cristina Faro Gomes e Jorge Henrique Faro Dantas
A família de Márcia Cristina Faro Gomes é um exemplo destes resultados. Ela, o marido e o filho frequentam as atividades no Gaiato.
O casal fez cursos profissionalizantes com conteúdo de economia solidária, ela de culinária caiçara, ele de marcenaria e Jorge Henrique Faro Dantas, o Jorginho, como diz a mãe, “já fez de tudo, agora está nas aulas de circo e teatro, mas o mais importante é a oportunidade de convívio entre as crianças”.
E o casal tem colocado em prática o conteúdo aprendido para realizar seus sonhos, na busca da melhoria da qualidade de vida da família.
Danilo de Lima Souza, 16 anos, que era um adolescente tímido, chegou ao Gaiato através da avó. “Aprendi muita coisa aqui, mas foi através do teatro e do circo que comecei a falar e a interagir com as pessoas”, revelou. Além disso, ele tem se destacado nas atividades de audiovisual, na direção de dois vídeos, um deles premiado no 2º Festival Curta no Celular, realizado em Taubaté.
Miriam Queila Costa
A vocalista do grupo de rap DTPK Crew, Miriam Queila Costa, outro exemplo de sucesso, ingressou na ONG aos 15 anos, fez cursos de coral e violão, dentre outros, mas também carrega ensinamentos que não dependem apenas de técnicas.
“Aprendi a ser mais tolerante, paciente, a ter mais concentração e, acima de tudo, respeito pelas pessoas”, relata a moça, que pretende se aprimorar ainda mais, estudando música em São Paulo.
Estes resultados somente têm sido possíveis devido à intensa dedicação de todos durante esses 25 anos de existência, mas também nada disso aconteceria se não fosse a importante parceria da Prefeitura Municipal de Ubatuba que, desde 2002, mantém convênios com a Gaiato e que hoje financia projetos que atendem 180 crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, nas oficinas de artes circenses, plásticas e visuais, dança, música e teatro.
De acordo com o prefeito de Ubatuba, Délcio José Sato, “a prefeitura reconhece a importância da atuação da ONG, pautada pelo respeito e dignidade no desenvolvimento de crianças e adolescentes”. “Parabenizo o trabalho desenvolvido pela entidade ao longo desses 25 anos”, acrescentou Sato.
No último ano, junto com a Prefeitura, o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca) também auxiliou para a manutenção dos serviços oferecidos. Foi através desta parceria que houve a implantação do Circo Teatro Celeste, com capacidade para 300 pessoas, um importante espaço de cultura e convivência na região.
Em 2015, com patrocínio da Petrobras, o Gaiato iniciou o Projeto Nossa Cara: Juventude Caá-Içara, que ampliou a atuação da ONG para além da região oeste e promoveu a inserção de mais de mil jovens, adolescentes e crianças moradoras de toda a cidade, no respeito e preservação da cultura das comunidades tradicionais que deram origem à cidade de Ubatuba.
O ano de 2017 tem sido de comemorações para a Gaiato. Já fizeram parte desta agenda a inauguração do Circo Teatro Celeste, a Festa Julina e o evento da mostra de resultados do Projeto Nossa Cara.
Para os meses de outubro e novembro, como parte das festividades, a ONG vai realizar a “1ª Semana da Criança”, no Circo Teatro Celeste, a “II Feijoada da Gaiato” e diversas apresentações dos adolescentes e crianças que frequentam as oficinas de artes circenses, plásticas e visuais, dança, música e teatro.