Publicado em: 13 de abril de 2020
A Paixão de Cristo, também chamada de Semana Santa, começa no Domingo de Ramos, festejando a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém. O porquê desse Domingo ter um nome a mais do que os outros – Ramos – é pelo fato de que no dia de Domingo, Jesus estava para chegar em Jerusalém, com isso, o povo cortou ramos de árvores e folhas de palmeiras para alastrar sobre o chão em que Cristo passaria. Ele foi aplaudido como o filho de Davi pelas multidões que haviam ido para a festa. Os líderes da época reagiram tentando prendê-lo, mas sem sucesso. Com isso Cristo os condenou abertamente e instruiu seus discípulos em particular, sobre o que deveriam esperar no futuro. O povo que o esperava, pensava que Jesus fosse um Messias político, um libertador social que iria arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhes o apogeu dos tempos de Salomão. Para mostrar-lhes que essa não era a sua missão, Jesus entra na Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumento – expressão de humildade – deixando claro que não era um rei deste mundo.
Na segunda-feira, dirigiu-se ao Templo de Herodes e descobriu que o santuário estava tomado por vendedores de animais e cambistas, que trocavam moedas gregas e romanas pelas hebraicas e fenícias. Enfurecido, ele os expulsou usando um chicote improvisado com cordas, virando suas mesas e cadeiras e espalhando o dinheiro pelo chão. É a única passagem da Bíblia que menciona o uso de força física por Cristo. Segundo o Evangelho de São João, ele disse: “Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai uma casa de negócio” (João 2:15-16). Com esta fala, ele assumiu publicamente sua identidade de Filho de Deus. Então Jesus proibiu a realização de qualquer tipo de comércio no Templo, desagradando os sacerdotes da época, que estavam por trás da comercialização de pequenos animais para sacrifícios.
Já no outro dia, Jesus é confrontado pelos dirigentes do templo quanto a sua atitude do dia anterior, questionando a sua autoridade. Cristo responde na forma de ensinamento, usando parábolas para isso. Falou sobre a parábola da vinha (cf. Mt 21,33-46), a do banquete do casamento – (cf. Mt 22,1) e a do pagamento dos impostos (cf. Mt 22,15). Cristo também profetizou a destruição de Jerusalém, caso os seus habitantes não cressem nele. Nesse dia também são celebradas as Sete dores de Nossa Senhora Virgem Maria. É muito comum os cristãos pagarem promessas, lembrando o encontro de Jesus e Maria no caminho do Calvário.
Quando Jesus estava em Betânia na casa de Simão, o leproso, aproximou-se de uma mulher com um frasco de alabastro, contendo um perfume muito caro. Ela o derramou sobre a cabeça de Jesus, quando ele estava reclinado sobre à mesa. Os discípulos ao verem isso, questionaram o porquê do desperdício, pois o perfume poderia ser vendido por um preço alto e o dinheiro dado aos pobres. Jesus então disse: “Porque vocês estão perturbando essa mulher? Ela praticou uma boa ação comigo, os pobres vocês sempre terão consigo, mas a mim vocês nem sempre terão.
Na noite de quinta-feira, Jesus colocou-se à mesa com os doze discípulos e durante a ceia tomou o pão, o benzeu e repartiu-o entre todos, dizendo: Tomai e comei, pois este é o meu corpo. Depois tomou o cálice e disse-lhes: bebei dele todos, pois este é o meu sangue.
Durante a ceia Jesus disse que um deles irá traí-lo. Disse a Judas que era ele quem o trairá e que era para ele fazer o que era pra ser feito. Judas então foi perguntar ao chefe dos sacerdotes quanto lhe pagaria caso entregasse Jesus. Foi ofertado a Iscariotes 30 moedas de prata. Cristo sabendo que seria traído por Judas exatamente por 30 moedas – preço de um escravo da época – institui o ensinamento do lava-pés, ele se rebaixa aos pés dos discípulos para lavá-los de suas sujeiras (pecados), mas não só da sujeira deles, mas de toda a humanidade, ele se rebaixa aos nossos pés – como se fazia os escravos – limpando nossas sujeiras (pecados), redimindo-os, pois, Jesus disse: o filho do homem não veio para ser servido, mas para servir.
Na Sexta-feira Santa, celebra-se a paixão (o martírio) e a morte de Cristo. O ofício consiste na adoração do Cristo crucificado – ou Adoração da Cruz -, precedida por leituras da Bíblia.
No Sábado Santo, ocorre entre o pôr-do-sol da sexta-feira e o pôr do sol do sábado, um momento de silêncio – afinal Jesus jaz em silêncio no túmulo –. É realizado também um momento de oração, e um momento de esperança, por aqueles que creem na segunda vinda de Jesus Cristo ao mundo.
Para celebrar a Semana Santa, é realizada a encenação da Paixão de Cristo todos os anos em diversas cidades do Brasil, e, em Ubatuba não é diferente. O evento acontece em Ubatuba há mais de 30 anos e é uma realização da Prefeitura Municipal de Ubatuba, por meio da Fundação de Arte e Cultura (Fundart).
Uma das novidades da última edição (2019) foi a tradução simultânea em libras, que teve o objetivo de garantir a acessibilidade da comunidade deficiente auditiva e surda à cultura. A tradução foi feita pela pedagoga, professora de educação especial na APAE e intérprete de Libras, Aline Amorim de Oliveira, que já vem acompanhando deficientes auditivos que atuam na produção como voluntários.
Na edição 2019 cerca de cinco mil pessoas acompanharam o tradicional evento, que contou com mais de 80 integrantes entre atores e equipe técnica, transmissão ao vivo em telões e, pela primeira vez no Litoral Norte, tradução simultânea em Libras .
Em 2020, por causa da pandemia do Covid-19 (coronavírus), a encenação em Ubatuba não aconteceu como de praxe, a fim de se evitar aglomeração de pessoas. Contudo, devido a importância da data e a relevância do evento para o município, a Fundação transmitiu em sua página no Facebook, a filmagem realizada na encenação de 2019. A transmissão aconteceu nessa última sexta-feira Santa, 10 de abril.
Para quem perdeu a transmissão e deseja assistir, o vídeo está disponível na página no Facebook e no canal no Youtube da FundArt.
Acesse o boletim oficial e notícias atualizadas a respeito do Coronavírus em Ubatuba: https://www.ubatuba.sp.gov.br/covid-19/