III Fórum dos Saberes Artesanais encerra mais uma etapa com aprovação dos participantes

Atualizado em: 2 de dezembro de 2021

Evento contou com artesãos das comunidades tradicionais de Ubatuba

Acessibilidade, projeto cultural, marketing digital, empreendedorismo e criatividade foram os temas desenvolvidos nesses dois últimos dias do mês de novembro, 29 e 30, do III Fórum dos Saberes Artesanais que aconteceu na Biblioteca Ateneu Ubatubense. O encontro imersivo reuniu 20 artesãos das comunidades tradicionais de Ubatuba e contou com bastante interatividade com os palestrantes. O objetivo do projeto foi proporcionar ferramentas para o crescimento pessoal e profissional dos artesãos. Ao final foi realizada uma curadoria digital com as cinco mentorias. O Fórum encerra em dezembro com exposição destes 20 artesãos no hall da secretaria de Turismo da Prefeitura de Ubatuba.

 

Acessibilidade foi tema da palestrante Raíssa Couto

Acessibilidade

Na segunda-feira, 29, o período da manhã foi dedicado ao tema acessibilidade, com a palestrante Raíssa Couto, que esteve acompanhada de uma artista visual surda e uma intérprete de libras. Raíssa é gestora, consultora e especialista em acessibilidade criativa. Apresentou aos artesãos a necessidade de criar produtos artesanais e peças de comunicação mais sensitivas para pessoas com deficiência (PcD), tais como auditivos e visuais.

O artesão Giovani de Araújo Rufino possui mobilidade reduzida. É do sertão do Perequê-Mirim com mais de 40 anos desenvolvendo o artesanato em madeira. “Esta mentoria foi esclarecedora. É importante discutir este tipo de assunto, já que as autoridades muitas vezes não dão o devido destaque”, afirma o artesão Rufino.

 

Projeto Cultural

Ainda no dia 29, o período da tarde teve início com a caiçara Carol Rocha, que desenvolveu o tema Projeto Cultural. Apresentou o passo a passo para a formatação de um projeto para que seja aprovado em lei de incentivo governamental. Cronograma, orçamento, acessibilidade e outros itens necessários que precisam ser bem especificados para se obter êxito.

A artesã do quilombo da Caçandoca, Neide Antunes de Sá, possui mais de 50 anos no ofício. Trabalha com artesanato em fibra, cipó, barbante, tear, entre outros produtos que obtém direto da natureza. “Foi excelente este módulo. Esta palestra me ajudou na elaboração do valor do artesanato que produzo, já que vem da natureza e preciso mensurar o tempo que utilizo na produção para chegar ao preço final”, disse Neide de Sá.

 

Grupo de artesãos no III Fórum dos Saberes Artesanais

Marketing Digital

O encerramento do primeiro dia foi com a palestrante Yve Nolasco, especialista em divulgação em redes sociais. Explicou detalhadamente como desenvolver estratégias para divulgar eventos, produtos e páginas da internet no Facebook e no Instagram, de forma orgânica e até mesmo impulsionada, definido público-alvo, região, etc e assim dialogar com o público nesta era digital.

A suíça Joanna Tesaury, há 15 anos em Ubatuba e moradora no bairro Taquaral, trabalha com artesanato em couro e foi bastante interativa neste tema. “A gente está se reinventando em virtude da pandemia, quando ficou bastante difícil falar com o nosso público. Hoje as redes sociais são capazes de nos levar pra longe e facilita a venda dos nossos produtos”, finaliza Tesaury.

 

Empreendedorismo

Na manhã do dia 30, a mentoria foi online com o tema empreendedorismo, com a palestrante Jeniffer Botossi, do Sebrae de São José dos Campos. Botossi é especialista em economia criativa com desenvolvimento local e apaixonada por artes e pelo poder da transformação na cultura. Foram apresentadas diversas ferramentas para formalização do negócio do artesanato e as diferenças na organização coletiva, como associação, Micro Empresário Empreeendedor (MEI), Organização Não Governamental (ONG) e seus benefícios para colocar o produto no mercado de forma mais profissional.

Ivanildes Pereira da Silva, artesã da etnia Guarani da aldeia Rio Bonito que fica no Itamambuca, produz cestarias e colares. Considerou a palestra muito positiva para o aprimoramento da comercialização. “Aqui tive a oportunidade de obter conhecimento que não tinha e muito vai colaborar para o aprimoramento, fortalecendo a venda do artesanato feito na aldeia”, disse Ivanilde.

 

Palestra de Patrícia Guedes sobre criatividade

Criatividade

A tarde do dia 30 contou com o tema criatividade, ministrado por Patrícia Guedes, artista visual natural de Natal-RN, há quase cinco anos em Ubatuba.  O foco foi a inovação na criação dos produtos artesanais para que se tornem peças únicas, com personalidade própria e que surpreendam. O objetivo foi estimular o exercitar da criatividade, experimentando coisas novas.

O artesão Reginaldo Augusto Barbosa do bairro do Taquaral dedica-se ao artesanato há três anos. Trabalha com o reaproveitamento de materiais em madeira, transformando em luminárias, balaios e também produz desenho em lápis de cor. “Meu trabalho é intuitivo com pura inspiração. Me identifiquei muito com esta palestra e reforçou ainda mais o poder criativo para melhorar os produtos que crio”, finalizou Reginaldo.

 

Curadoria Digital

Para encerrar o ciclo com concretização do produto final, foi aplicada uma curadoria digital reunindo todos os temas abordados nestes dois dias, com uma dinâmica de encerramento aplicada por Carolina Labarca, Helena Sanchez e Mari Brew. A mensagem final foi para que todos os participantes sejam multiplicadores, repassando os conhecimentos adquiridos nas mentorias.

 

Para saber mais, acesse o site: www.saberesartesanais.com.br

Fotos: Ricardo Pimentel

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